sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Escrevi-te


Apareceste na bruma da noite e a minha cegueira não conseguiu definir-te. Seduziste-me e quis interpretar-te, descortinar-te em certezas e tomar-te para mim.
Então escrevi-te. Escrevi-te no vento, em bolas de sabão, frágeis e transparentes, em modos de te captar a essência e o coração.
Escrevi-te na areia, na insegurança do desconhecido. Deixei o mar molhar o teu sorriso e refrescar a minha mente. Mas hesitei e esborratei-te diversas vezes, enchi-te de pontos de interrogação e reticências, querendo decifrar-te.
Escrevi-te em pergaminho, e com carvão negro desenhei o teu corpo e o teu coração. Conjuguei-os, sublinhei-te, e vi que eras o que sempre tinha idealizado para mim.
Com tinta passei-te a limpo, substituí as interrogações e reticências por vírgulas e ponto-e-vírgulas e gravei-te em rocha fértil.

Escrevo-te ainda, no coração. A tinta permanente, indelével e profunda, com altos e baixos e em negrito. Numa escrita cuidada e com muito amor, por vezes com gatafunhos mas nunca com um ponto final.


@Peregrina

15 comentários:

Fá menor disse...

Que bonito!
Que o mais belo da vida, mesmo que, algumas vezes, rasurado e esborratado, nunca seja escrito com ponto final.

Beijinhos

EDUARDO POISL disse...

Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos
Não ouve erros

Nem cálculos falhados

Sobre a estipe de papel;
Apenas não somos os calculistas
Porem os calculados

Não somos os desenhistas
Mas os desenhados
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos

Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante
Ao longe uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos...

Autor: Desconhecido
Um lindo final de semana com todo carinho para você.
Abraços

gisela disse...

o " sempre " importante é não haver pontos finais!

Ninja! disse...

Escreves bem, gosto sempre de vir ler. :D

Anónimo disse...

Escreve, escreve, escreve, e que faça sempre sentido a tua escrita. Apesar dos meus dias, fico mesmo feliz por ti.

Beijinho sarinha

Filipa disse...

como este texto fala tanto da vida... tanto que escondem essas palavras..esses pontos e vinrgulas... mesmo com reticencias... mágico.. como vejo a vida assim sem um ponto final mas sempre com «dois pontos» sinal que há sempre algo a dizer-se mais..

Amei..

beijo solto

Elvira Carvalho disse...

Amiga, a festa hoje é no Sexta. Passe por lá e junte-se a nós.
Um abraço e fico à espera.

Flor disse...

Pode-se sempre usar as reticencias e esperar que a "história" continue.

=)

(soube-me bem ler-te)

beijinho*

Lú Naíma. disse...

:)
Minha querida, passei para deixar um beijinho.
Desculpa, mas não ando propriamente em condições de comentar o que quer que seja.


um beijo

Gemini disse...

Olá Peregrina.

Já estou há uns tempos na tua caixinha (de seguidores). Pelo que escreves!

Por isso tive o prazer de partilhar contigo um mimo que me foi também oferecido.

Aparece por lá.

Um beijinho.

Flavio Ferrari disse...

Nunca com ponto final ... adorei !

. disse...

Tens um selinho no meu blog para ti :)

Anónimo disse...

escrevo-te para sempre. apesar de ser muito tempo.#
gstei tanto.

Vou seguir o blog! =)*

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Amei esse teu escrito! Bjs